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Tsunamis lá, enchentes aqui. Rotina planetária, ciclos mais longos ou mais curtos no tempo, mas ainda assim ciclos, como é a própria existência limitada do sol e da Terra. Na verdade, nada de novo, uma vez que o conhecimento acumulado já nos permite identificar lugares de mais ou de menos risco. No caso das áreas mais baixas, estas sempre serão vulneráveis às tormentas do mar e da chuva. E quem vive nelas?

A resposta é fácil, bastando lembrar das imagens das palafitas e das populações ribeirinhas. A história tem mostrado os mais pobres sendo empurrados para locais próximos a mangues e rios, por falta de opção. A história também testemunha que os poderes públicos pouco realizam para impedir a formação de bairros em áreas vulneráveis. A política fácil acaba tendo custo muito alto – social e ambiental - na hora em que, rotineiramente, nosso planeta se espreguiça, ou chora, ou treme.

Para superar a inércia é preciso mais um passo a frente: virar as cidades de frente para os rios, fazendo com que sejam públicos e desobstruídos. E mais outro: aplicar a legislação ambiental que determina afastamento de cursos de água, assim como o reflorestamento das margens.

No mais, é carnaval. Lembremos do samba da Império Serrano:

“Enfim, num grande gesto de amor
Já tem gente a refletir
E por mim vive a lutar
(...)
Sou a Mãe Terra só o seu amor vai me salvar”


Luis Felipe Cesar

Ambientalista,
coordenador de projetos ambientais
da ONG Crescente Fértil
Empreendedor social da Rede Ashoka

Contato: felipe@crescentefertil.org.br

Luis Felipe Cesar
Sou a Mãe Terra