PLANETA MONTANHA, DESDE QUITO
Terminou domingo dia 22 de setembro o II Encontro
Mundial de Moradores de Montanha, realizado em Quito, Equador.
Fomos em torno de 450 participantes de todos os continentes,
com presenças marcantes dos indígenas da América Latina, povos
das montanhas asiáticas e delegação européia.
O encontro revelou algumas surpresas: a grande
capacidade de articulação e representação política dos povos
dos paises andinos, a falta de mulheres na representação
européia, a necessidade de aprofundar as questões de macro
economia/política mundial e a presença, finalmente, do Brasil
no cenário das montanhas mundiais.
Nossa presença possibilitou apresentar em plenário
um rápido panorama das montanhas brasileiras e do esforço
coletivo de mobilização iniciado nesse ano, que contou com
parceiros de peso, como Ibama, IEF e INB, entre outros. O sorriso
dos jovens de montanha, os campos da Mantiqueira e as imagens de
neve no conhecido pais tropical alegraram e surpreenderam a todos.
Como era de se esperar, os indianos reforçaram o
papel das montanhas na construção e alimentação da
espiritualidade, no que foram imediatamente apoiados pelos
indígenas sul americanos. Na abertura quase formal do evento
uma bela surpresa: a delegação boliviana, vestida com os
trajes típicos das altas montanhas, distribuiu folhas de coca
para todos mascarem, lembrando a importância da planta em sua
vida, historia e cultura - e a enorme distancia que a separa da
droga conhecida por cocaína.
O evento também aprovou, em plenária, a proposta de
se realizar oficinas de discussão sobre os ecossistemas de montanha
no Fórum Social Mundial, a partir de um processo participativo de
comunicação, por meio de um fórum eletrônico multi-lingüe. Esta
aprovação amplia significativamente o alcance e as perspectivas do
projeto Gente e Montanhas (www.crescentefertil.org.br/gentemontanas),
desenvolvido pela Crescente Fértil no marco da Aliança por um mundo
responsável, plural e solidário.
Apesar da linha do Equador e do sol a pino, em
Quito os quase 3 mil metros garantem um ar que baixa dos 20 aos 8
graus em poucos minutos.Vulcões sempre nevados, com 6 mil
metros de altitude, rodeiam a cidade, cheia de casarões
coloniais, prédios modernos, becos, turistas, montanhistas de todo
o mundo, mendigos e um transito caótico.
Luis Felipe Cesar, Quito
Felipe@crescentefertil.org.br

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