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AS MONTANHAS CORREM
PERIGO
Na sexta feira dia (03/08/02) a Casan apresentou para a
diretoria do grupo Vega do Sul o projeto de construção de uma adutora de
400 milímetros de diâmetro enterrada um metro de profundidade no fundo
da baía da Babitonga, com prazo de conclusão até novembro deste ano. A
estação de captação e bombeamento está sendo construída no continente,
junto ao rio Saí-mirizinho e, assim que for concluída terá capacidade de
abastecimento, na primeira etapa, de 60 litros por segundo. Volume
suficiente para abastecer uma cidade com aproximadamente 30 mil
habitantes. O sistema já está dimensionado para fornecer o dobro de
água, 120 litros por segundo. Todas estas obras serão construídas
somente para abastecimento das instalações da unidade industrial Vega do
Sul do grupo Usinor. Esta indústria será instalada em São Francisco do
Sul para processar lâminas de aço para a indústria automobilística e de
eletrodomésticos. Até ai nada de surpreendente não fosse a constatação
de que a Casan gastará quantia superior a mais de oito milhões de Reais
- eu disse: "mais de oito milhões de reais" - para a construção de uma
obra que indiretamente estará contribuindo para poluição da baía da
Babitonga e da praia grande, além de possível chuva ácida em
Joinville. A Casan está em Joinville a mais de 20 anos, veio com a
promessa de melhorar a qualidade do tratamento de água com um contrato
absurdo que não prevê metas ou multas, digno de uma negociata produzida
por pessoas sem escrúpulos e sem compromisso com a comunidade. Neste
período investiu algo próximo de 50 milhões de Reais, obviamente a
maior parte foi utilizada para montar as adutoras para captação e a
malha de distribuição de água. Desta forma sobrou uma mísera quantia
para investir no esgoto sanitário em pouco mais de vinte anos. Fazendo
algumas contas percebe-se, que ao ano este valor não chega a 10% dos
oito milhões de reais. Assim fica claro por que a maior cidade de Santa
Catarina e maior arrecadadora da Casan, coleta somente 10% e trata os
ridículos 3% de esgoto sanitário, mas para abastecer uma indústria
que vai criar poucos empregos a Casan irá investir a exorbitante quantia
de mais de oito milhões de reais. Hoje com a iminente possibilidade
de perder seu contrato mais rentável, a Casan passou a gastar quantias
fabulosas em propaganda. Certamente pensam que todos os joinvilense são
idiotas ou algo semelhante, pois querem nos enganar novamente prometendo
instalar as estações "Flot Flux" para tratamento dos afluentes a fim de
evitar a entrada de sujeira no rio Cachoeira, deixando estes afluentes a
mercê da contaminação pelo esgoto doméstico e industrial sem nenhum
tratamento talvez por mais vinte anos. Esta atitude é uma medida tão
medíocre quanto é o contrato atual com comunidade joinvilense. Estas
estações irão "varrer sujeira para debaixo do tapete", mas nos é
apresentada com cara de pau como se fosse resolver grande parte do
problema do esgoto em Joinville. O impacto ambiental sem precedentes
causado não só no rio Cachoeira, mas em toda a bacia do norte
catarinense tem vários culpados: A CASAN é um deles e os outros são os
irresponsáveis que utilizam a calada da noite para soltar dejetos que
pintam nosso Cachoeira de vermelho, de azul de tantas cores, produzindo
esta catástrofe ambiental. Quem pagará os prejuízos causados a
comunidade joinvilense? A Casan? Não, esta empresa não tem dinheiro em
caixa para investir no saneamento básico de Joinville,
esta empresa precisa antes gastar fortunas com as construções como a
nova sede de Joinville, precisa gastar mais de oito milhões de reais
para captar 120 litros de água por segundo para a Usinor, também
precisa gastar em propaganda para noticiar suas obras como se estivesse
fazendo algo além de suas obrigações legítimas, parecendo galinha
poedeira depois de botar um simples ovo.
Associação de Defesa
da Cidadania - ADECIVILLE Marcelino Costa - Presidente
marcelino@adeciville.com.br
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