
RELATO
DO SEMINÁRIO ECOSSISTEMAS DE MONTANHA E POLÍTICAS
MUNICIPAIS - 2004
As atividades
foram iniciadas com a Mesa de Abertura, da qual destacamos os
seguintes pontos:
• Henrique Zaluar (Chefe do Parque Nacional do Itatiaia) – a
biodiversidade é uma característica das altitudes,
já que a dificuldade de acesso ajuda na proteção
desse ecossistema. Deseja o desenvolvimento das ações
desta mobilização. Pretende estreitar ainda mais
os laços com esse movimento.
• Darlan Airton Dias (Ministério Público Federal)
– 80% da carga de trabalho do MPF em Itatiaia, Resende, Porto
Real e Quatis se referem a meio ambiente. É possível
contribuir para a proteção desse ecossistema.
O MPF pode realizar ações preventivas junto às
prefeituras municipais. “A cidade está subindo a montanha”.
• Marina Landeiro (Secretaria de Biodiversidades e Florestas
do Ministério do Meio Ambiente) – o papel do MMA nesse
movimento é obter informação e fazer ligações
dos problemas locais com o governo federal.
• Luis Felipe Cesar (coordenador da ong Crescente Fértil)
– este é o terceiro evento promovido no Parque Nacional,
que consagra Itatiaia como referência no tema. Apresentou
relato sobre o processo de mobilização pelas montanhas,
com os seguintes marcos:
• 1992 – Conferencia da ONU – Rio 92 – Agenda 21, Capítulo
13
• 2002 - a Organização das Nações
Unidas celebrou o Ano Internacional das Montanhas
• Outubro de 2002 - Seminário de Mobilização
Nacional para o Ecodesenvolvimento das Montanhas - Itatiaia
- RJ
• Janeiro de 2003 - Oficina Por que Somos Todos Gente de Montanha?
- Fórum Social Mundial - Porto Alegre - RS
• 11 de dezembro de 2003 - Celebração do Primeiro
Dia Internacional das Montanhas - Itatiaia - RJ
• 11 de dezembro de 2004 - Seminário de Integração:
Ecossistemas de Montanha e Políticas Municipais - Itatiaia
• 27 – 30 de Janeiro de 2005 - Oficina de Mobilização
Nacional para o Ecodesenvolvimento das Montanhas - Fórum
Social Mundial - Porto Alegre - RS
Apresentação
e comentários dos participantes:
• Luis Felipe
Cesar (Crescente Fértil) - A legislação
brasileira considera “montanha” qualquer área acima de
300 metros de altitude. As favelas também são
montanhas (problemas sociais). Este evento busca o fortalecimento
do processo de mobilização nacional, iniciado
em 2002.
• Ralph Salgueiro (Associação de Guias de Turismo
de Itatiaia) – A BR 485 (que corta todo o Parque Nacional) é
a rodovia mais alta do país e felizmente se encontra
intransitável.
• Antônio Leão (Projeto Monitor de Ecoturismo)
– O turismo no Brasil depende também das Montanhas. Corcovado
e Pão de Açúcar são referências
do país para o turismo mundial e, com base na legislação,
são consideradas montanhas. Montanhistas, guias e excursionistas
possuem enorme potencial de mobilização em defesa
dos Ecossistemas de Montanha. Só pode ser chamado de
Ecoturismo, o Turismo engajado na conservação
da natureza. O Ecoturismo também é uma ferramenta
pedagógica poderosa para trabalhar conscientização
ambiental nas escolas.
• Professor Nilo Koscheck das Chagas (Associação
Educacional Dom Bosco - AEDB) – Sobre os serviços ambientais
prestados pelas montanhas às cidades, cita que a água
é um dos principais benefícios. Gostou da diversidade
de entidades presentes, mas deve-se procurar mais adesões.
As montanhas são oportunidade para pesquisa e prática
do conhecimento holístico.
• Marina Landeiro (SBF / MMA) – Grande assunto a ser discutido
nesse seminário: agricultura x preservação
das florestas. Como fazer agricultura sustentável dentro
desse ecossistema?. Destacou a importância da mobilização
ter chegado ao conhecimento do Ministério do Meio Ambiente.
Provocação 1: Já que as montanhas são
áreas que devem ser conservadas integralmente, pode-se
fazer agricultura e ecoturismo? Provocação 2:
pensar no pequeno, entender o todo e ligar essas informações.
Provocação 3: melhorar a organização
do evento para atingir um nível de satisfação
maior entre os participantes e ingressar na mobilização
mundial. Cuidado com o termo "Ecodesenvolvimento".
• Ciro (Furnas) – conciliar as atividades ao local onde vivemos.
Isso é possível com zoneamento, prática
e técnica.
• Gute (GT Ecoturismo – PNI) – em vez de pensar o que podemos
fazer no Parque, temos que pensar o que podemos fazer pelo Parque.
Sugere normatização para usar o Parque.
• Luiz Sérgio Sarahyba (Parque Nacional do Itatiaia)
– serviços ambientais são fundamentais. Sugere
acompanhamento de guias aos turistas.
• Adailton Gomes Moreira (comandante da Guarda Municipal de
Itatiaia) – comentou sobre a criação e impotência
do Grupamento Especial de Meio Ambiente.
• Ricardo (Rebraf) – favelização urbana e rural;
a floricultura tem sido agente de degradação;
Pronaf Florestal pode ser parceiro.
• Marcelo (SEJA – Sociedade Ecológica de Jacareí)
– falta conhecimento sobre animais silvestres e necessidades
de resgate e relocação. Ordenação
territorial é urgente.
Sugestões:
• Criar
um viveiro em Itamonte/MG para promover recuperação
de áreas de montanhas.
• Promover a sinergia entre os participantes.
• Montar um grupo de discussão para “provocações”
das montanhas.
• Fazer levantamento sobre o que cada participante possui sobre
o ecossistema de montanhas.
• Disponibiliza o site da Rebraf para divulgar informações.
• Engajamento dos montanhistas e guias na defesa dos ecossistemas
de montanha.
• Comunidade participar da Educação Ambiental.
• Resgatar a história das montanhas.
• Resgatar as pesquisas feitas na parte alta do Parque Nacional.
• Preservar o Rio Campo Belo.
• Ministério Público trabalhar preventivamente.
• Criar facilidade de comunicação entre os órgãos.
• No futuro, tentar criar grupo de discussão sobre montanhas
no MPF.
• Levar conscientização aos poderes públicos
sobre a importância das montanhas.
• Intensificar fiscalização nas áreas de
montanhas.
• Determinar novas formas de ação.
• Criar sub-sede do PNI na parte alta.
• Levantar áreas montanhosas, protegidas ou não,
no Brasil (IBGE / MMA)
• Levantar dados científicos sobre esse bioma.
• Inserir a importância da diversidade das montanhas na
Convenção sobre Diversidade Biológica
• Incentivar o turismo ecológico e conhecimentos da comunidade
nativa
• Fortalecer a idéia de montanha dentro do país,
para depois levar para o mundo
• Efetivar o grupo e trabalhar a distância o ano todo
• Levantar (em nível local) dados sobre a população
de montanha, uso do solo, etc... e divulgar esses dados – criação
de um banco de dados
• Fazer resumo dos projetos e resultados obtidos pelos participantes
• Registrar o conhecimento da população de montanha
(histórias, mitos, etc...)
• Transferir o conteúdo do Montanhas Brasil para um domínio
próprio
• Mudar a marca: de ecodesenvolvimento para ecossistemas
• Enviar relatório do seminário para todos os
participantes em uma semana
Ações imediatas estabelecidas
Assinatura
da carta de Aliança pelas Montanhas Brasileiras - todos
Incluir os participantes no grupo Montanhas Brasil e desenvolver
site www.montanhasbrasil ; rever a marca, visando substituir
ecodesenvolvimento por ecossistemas – Crescente Fértil
Viabilizar contratação específica para
levantar e sistematizar informações sobre montanhas
- MMA
As atividades de sábado se encerraram com a construção
conjunta do texto da Aliança para as Montanhas Brasileiras,
com base em minuta produzida pela Organização:
----------------------------------------
ALIANÇA
PARA AS MONTANHAS BRASILEIRAS
Cidadãos, representantes de organizações
governamentais e não governamentais, reunidos durante
o Seminário Ecossistemas de Montanha e Políticas
Municipais, realizado em comemoração ao Dia Internacional
das Montanhas no contexto das atividades mundiais impulsionadas
pela Organização para Agricultura e Alimentação
das Nações Unidas (FAO/ONU), juntamente com participantes
da mobilização nacional iniciada no ano de 2002,
acordam e estabelecem, pela presente Aliança:
* Somar esforços para a proteção do meio
ambiente, com especial atenção às montanhas
existentes em suas áreas de atuação.
* Apoiar iniciativas, visando a conservação dos
ecossistemas de montanha, nas áreas ambientais, sociais,
, econômicas, culturais, de pesquisa e lazer.
* Convidar todos os setores da sociedade a olhar para as montanhas,
cuidar delas e reconhecê-las como fonte de vida indispensável
ao presente e futuro da humanidade.
* Buscar mecanismos para o levantamento de dados sobre as montanhas.
* Participar dos esforços de integração
com organizações da sociedade civil, comunidades
e municípios que compartilhem do interesse pela sustentabilidade
das áreas montanhosas e;
* Que a partir do movimento espontâneo da sociedade civil
expresso nessa Mobilização para os Ecossistemas
de Montanhas e dos objetivos desta Aliança seja iniciado,
junto ao Governo Brasileiro, o processo de criação
do Comitê Nacional para os Ecossistemas de Montanha, visando
articular, apoiar e potencializar ações, estabelecer
políticas nacionais específicas e interagir com
os órgãos do Sistema das Nações
Unidas coordenadores das ações decorrentes do
Ano Internacional das Montanhas.
Parque Nacional
do Itatiaia - RJ, 10 de dezembro de 2004.
-----------------------------------------
ENTIDADES
PRESENTES NO SEMINÁRIO
Entidade
Município
1. AEDB – Associação Educacional Dom Bosco Resende
2. AGUIMAN – Associação dos Guias de Turismo,
Condutores de Visitantes e Monitores Ambientais da Região
das Agulhas Negras Itatiaia
3. Crescente Fértil Resende/RJ
4. Furnas Centrais Elétricas – Usina do Funil Itatiaia
5. GT Ecoturismo Itatiaia
6. Guarda Civil Municipal Itatiaia
7. IMVAP Itatiaia
8. Instituto Ecológico de Proteção dos
Animais São José dos Campos/SP
9. Ministério do Meio Ambiente – Secretaria de Biodiversidade
e Florestas Brasília/DF
10. Ministério Público Federal Resende
11. Parque Nacional do Itatiaia Itatiaia
12. Prefeitura de Resende Resende
13. Projeto Monitor de Ecoturismo Resende
14. REBRAF – Instituto Rede Brasileira Agroflorestal Rio de
Janeiro
15. SEJA – Sociedade Ecológica de Jacareí Jacareí/SP
16. Sukyo Mahikari Resende
17. SUSESP – Superintendência de Obras e Serviços
Públicos Barra Mansa
18. ABGAT- Associação Beneficente Geraldo Assis
Toledo Bocaina/MG
|